quinta-feira, 28 de junho de 2012

Climatinê: Prometheus Por Lady Skywalker





Eram Os Deuses Astronautas?



Eu me lembro que quando era pequena, Blade Runner costumava passar sempre no "Domingo Maior", aquela sessão de filmes da Globo de domingo à noite. Lembro a primeira vez que vi o comercial do filme, Daryl Hannah de cara pintada dando uma chave de perna no Harrison Ford. Eu tinha uns 10 anos e entendi que precisava ver aquele filme. Hoje, provavelmente, Blade Runner é um dos filmes que eu mais vi em minha vida. E sem dúvida, é um dos meus filmes prediletos.

  Por essa razão, assim que eu vi esse trailer, lá por meados de dezembro do ano passado, enlouqueci. ( Clica aqui e vê isso de novo, vai. Macacos me mordam, é bom demais. ) 
  Depois de muito tempo sem dar as caras na ficção científica, eis que Ridley Scott ( diretor do Blade Runner)  surge com esse tal de Prometheus.
  
Eu não sou chata. Quer dizer, até sou. Mas não sou o tipo de chata que fica zangada com esse tipo de nostalgia mercenária. E Prometheus era visto assim por ser uma espécie de prequel de Alien ( que também é dirigido por R.S ). Mas eu não estava nem ai. Precisava desse filme. E cada trailer que chegava, a minha expectativa aumentava. Cada trailer, mais referências a Alien, mais atmosfera, mais Michael Fassbender, mais trilha sonora foda

  
Daí surgiu um TED Talk de 2023 para promover o filme (veja aqui) Guy Pierce interpretando o presidente da The Weyland Corp, falando de indivíduos cibernéticos e declarando: “Nós somos os deuses agora”... Eu precisava desse filme. Precisava MUITO.
  
E depois de toda essa espera, no domingo, dia 10, corri no cinema pra conferir Prometheus.

Não entendi até hoje a razão de esse filme estar passando aqui no Praia de Belas (shopping de Porto Alegre) nesse dia, já que a estreia no Brasil seria oficialmente no dia 15 de junho. Mas quem sou eu pra contestar. Botei um agasalho e fui correndo em direção ao shopping.
  
Cinema lotado. Fiquei brava na hora. ‘’O que esses indivíduos desprovidos de massa encefálica estão fazendo aqui em pleno domingo de frio? Eles ao menos sabem o que estão prestes a presenciar? Bando de macacos sem pelos que nem sabem o que é Weyland Industries e nem lembram o que Roy Batty disse ao morrer, grrrrrrrrrrr !!!!!! ‘‘. É eu sou esse tipo intragável de chata. E xingando toda a plateia do cinema, me sentei lá e com o coração acelerado pra esperar Prometheus começar.
 
 E começou. E foi e aconteceu.
 E é o seguinte: Não é tão bom assim.
 
 Prometheus conta a história de um grupo de cientistas que viajam até um planeta distante para tentar descobrir as origens de nossas vidas. Só que ao chegarem lá, ao invés de explicações sobre a existência eles na verdade tomam bem no meio do **.


Em vários momentos, o filme trabalha brilhantemente com a discussão sobre a origem da vida. A sequência do prólogo, o contraponto do homem buscando o seu Criador e o Androide David (Michael Casacomigo Fassbender, extraordinário) tendo que lidar com a fragilidade humana, são exemplos disso. Já a dicotomia fé/ciência, soa forçada demais. Assim como uns clichês que chegam a ser gritantes. Fórmula muito batida, usada o tempo todo: galera sai da nave, galera explora o planeta, galera volta pra nave, galera volta e explora o planeta... Ah ...
 Essa estrutura me cansou, à medida que a trama foi se desenrolando. Tanto que achei desnecessária grande parte da cena final, que chega ser quase que um epílogo. 
  
Porém é justamente no fim do filme, que é criado um vínculo ainda maior com Alien. Ou seja, Ridley Scott e o elenco que juraram de pé juntos que o filme não é uma prequel, estavam de sacanagem o tempo todo. O filme é sim um puta dum prequel.
  
E talvez esse seja o problema maior da película. Prometheus não é um filme isolado. Tá, tá, ele meio que se sustenta sozinho, mas não tem jeito. O filme é uma franquia e só faz sentido de verdade, quando conectado as suas sequências.
  
Mas mesmo assim, gostei bastante do filme. Na verdade, não tem como não gostar, ainda mais se tu for um fã de Alien ou um admirador de perfeição estética.
  
E ah ... Disso Prometheus pode se gabar: os sets e as tomadas são de cair o queixo, os efeitos especiais estupendos, a produção de design é um luxo absurdo e o efeito 3D encanta os olhos. Scott caprichou naquilo que sabe fazer melhor: O grande espetáculo visual.

  
Mesmo não sendo nem de longe o melhor trabalho do diretor, Prometheus é um adendo requintado da série Alien e vale o ingresso também por esses motivos:

  • As referências à Alien !!! : Eu sou retardada. Digo isso, pois tenho certeza absoluta que sou a menina que mais se empolga ao ver referências no cinema (quando o Homem de Ferro chamou o Gavião Arqueiro de Legolas, em Os Vingadores, eu achei que ia infartar). Essa é a razão principal de Prometheus ser maneiro. A misteriosa empresa Weyland, os androides tão parecidos nos três filmes, a mocinha só de calcinha tendo que enfrentar o alienígena (Tenente Ripley, lembra?). Tá tudo ali.
  • A cena da Cesária !!: Elizabeth Shaw (Noomi Rapace) correndo para tentar encontrar uma forma de sobreviver, se tranca dentro e um equipamento ultra moderno para se libertar de uma criatura em cena tão horrenda quanto aquela em que vimos o alien saindo de John Hurt. O foco da câmera nos remete a todo tempo Sigourney Weaver. Muito legal.
  • O Efeito 3D: O diretor fez dele um bom companheiro e soube usá-lo tanto em planos abertos quanto reclusos, valorizando cada elemento em cena. A sequência inicial é deslumbrante, o visual dos personagens humanos e dos Engenheiros é lindo e a parte final envolvendo a nave... Bah ...
    O Andróide David: Um dos melhores personagens de Michael Sofuckingsexy Fassbender. Loiro, dissimulado, elegante e manipulador. É uma mistura de HAL 9000 com Roy Batty, sei lá como explicar. Só sei que ele dá um show de interpretação, todavia, inteiramente vestido. Quer ver Fassbender pelado? Corre na locadora e aluga Shame! (ou me pede o filme emprestado, hihihihi ) 

6 comentários:

Corto Blog Maltese disse...

Eu achei esse filme um perfeito Trash. HAHAHAHA!!!!

Aguardo por mais explicações na continuação.

Anônimo disse...

Quem sabe da próxima vez tu vai comigo nos novos cinemas do Praia de Belas.
garanto que vc não irá passar frio e se o filme for ruim a gente encontra outra maneira de passar o tempo, SUA LINDA !

Anônimo disse...

Afff... achei periguette demais seus feedbacks.

assinado: Tornozelo.

Diego Rodrigues disse...

Lady Skywalker, gostei muito da premissa do filme e o seu desenvolvimento, diferentemente de você, considerei a clivagem entre fé e ciência muito bem operacionalizada entre os personagens da Dra. Shaw e o andróide David (que realmente deve ser parente do Roy). E mesmo considero que o filme trata dessa questão. Mais: diante da escuridão da incerteza da criação, nada melhor que a segurança da religião. Escrevi essa resenha para meu blog http://cabaredasideias.com/2012/06/20/resenha-de-cabare-prometheus/ e terminei o filme (o vi duas vezes) com a sensação de que há um problema muito serio com a geração Michael Bay de filmes mastigados.

Diego Rodrigues disse...

Parabéns pela resenha! Também sou fã de Blade Runner. Tive a mesma sensação que a sua no cinema hahahaha

Renver disse...

Excelente post querida, vou terminar o meu também!!!

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